quinta-feira, janeiro 22, 2009

Camelô por a caso

Vim do interior a 2 anos e vivo num barraco alugado em uma favela, pra sobreviver vendo pequenas bijuterias nas ruas dessa selva de pedras. Minha família ficou lá no interior me esperando.
O pouco que sobra eu mando para meus filhos. Quase não sobra para pagar o aluguel e a passagem.
Para piorar a situação meu barraco foi assaltado, levaram o pouco que eu tinha e até o presente dos meus filhos que eu comprei para mandar pra eles.
Não ficou só nisso não!
A polícia levou minha mercadoria que eu vendia e me bateram tanto. Disse que eu não pago imposto. Agora o dono do barraco me expulsou e eu estou na rua. Quero voltar pra minha terra e não posso, pois, sem dinheiro, sem os meus documentos que se perderam, eu estou sofrendo!
Nosso governo bem que poderia dar, mas empregos escolas e chance para os vendedores.
Eu só quero trabalhar honestamente, sou brasileiro e tenho direitos como cidadão.
Como meus filhos vão entender as leis se eles têm fome? O que vai ser do futuro deles? Estão dizimando nossas famílias.
Quem vai nos socorrer?

Canarinho de Sepetiba, poeta e escritor com sua visão de sertanejo, em suas crônicas

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