quinta-feira, outubro 15, 2015

Que crise?

Outro dia me surpreendi com uma postagem no Facebook, que afirmava não existir crise financeira em nosso país e para minha surpresa, a pérola era de um cidadão de meia idade, que vive sustentado pela sua família e que só agora diz ter encontrado a sua vocação de carreira e decidiu voltar a estudar. Para quem tem quem pague suas contas, realmente não há crise, mas para quem tem de viver com salário (que cada vez mais tem perda de poder de compra) ou tem de manter um negócio próprio com altos impostos, taxas, variação de preço de mercadoria, juros altíssimos, alugueis e despesas variadas, sabem que a crise é forte e que o consumo caiu muito em todos os setores.

Não faço aqui nenhuma acusação a este ou aquele governo, apenas relato o que é vivido no dia á dia e que é reflexo da economia mundial e a meu ver no Brasil, foi adiado pela disputa da eleição presidencial em 2014 e que agora é sentido de forma clara e com grandes consequências ao desenvolvimento do país e atingindo toda a camada produtiva, gerando fechamento de lojas, desempregos e freio intenso no consumo de produtos e serviços, inclusive por parte dos governos.

Tenho fé na nossa capacidade criativa e na coragem para enfrentarmos e vencermos a crise que aí está, mas não posso concordar com a afirmação que a crise não exista e nem vou escolher um único culpado.

“Se você está realmente disposto a fazer mudanças, comece por não achar normal ‘dar um jeitinho” para diminuir a conta de energia, de gostar de encontrar alguém que faça vista grossa para os seus pequenos delitos, não ache normal comprar algo com preço muito abaixo, fingindo não saber que é fruto de roubo ou furto.

Vamos encarar a crise moral, financeira e social de peito aberto e com a seriedade necessária para uma verdadeira mudança.


Paulo Mendonça - diretor geral
Editorial da edição 242 - outubro de 2015

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