1. Só a ingenuidade permitiria projetar qualquer expectativa de unidade da -chamada- "base aliada", nas eleições municipais de 2008. É fácil entender. A lógica da eleição dos deputados estaduais e federais passa por eleger uma base própria de vereadores e prefeitos. Nesse sentido, de nada adianta vencer eleições se esta vitória não vier acompanhada dos parceiros próprios e diretos que os deputados atuais ajudarem a eleger.
2. Na dinâmica inorgânica e pulverizada do sistema eleitoral brasileiro -com voto proporcional aberto- não dá no mesmo para um deputado que seu partido eleja mais vereadores em um município. O fundamental é que o seu vereador seja eleito. Da mesma forma, de nada interessa se o prefeito eleito foi de sua coligação, se este não é aliado pessoal seu.
3. Esse jogo impede que -em nível municipal- a ampla e heterogênea -"base aliada"- do governo se sustente.
4. E tem mais. A natureza hegemonista do PT e o patrulhamento de seus setores mais radicalizados impelem suas convenções na direção de ter candidatos próprios. Coligação sim, pensam eles, mas desde que a cabeça seja do PT.
5. Mesmo o esforço que PCdoB, PSB e PDT farão para estarem juntos em 2008 se esfumará, a menos que um nome deles seja favorito, destacado numa certa eleição e numa grande cidade. E olhe lá.
6. Após as eleições vêm os entulhos de campanha, os conflitos específicos, os ganhos, as perdas... o que construirá um difícil ano de 2009, onde os cacos da "base aliada" deverão ser recolados, o que não ocorrerá em pouco tempo.
7. Quanto mais aliados um deputado elege, maior a probabilidade de ele mesmo se eleger em 2010. Nas eleições municipais o espalhamento será inevitável. E reagrupar depois não será tão simples quanto agrupar após as eleições nacionais, quando o quadro de deputados se decide e quem sobrou, sobrou.
fonte: Ex-Blog CESAR MAIA
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